Pular para o conteúdo principal

Diário de San Francisco (VIII) - Trabalhando um pouco

Como hoje foi dia de muito trabalho, vou tentar explicar um pouco como é trabalhar por aqui.
Como quase todo mundo deve saber, os caras aqui estão passando por uma crise financeira, que tem servido como desculpa para várias empresas demitirem funcionários.
Entretanto, na área de informática, várias vagas estão sendo abertas também, o que não traz muitos problemas na nossa área.

Quanto ao trabalho, estamos desenvolvendo um projeto em parceria com uma empresa daqui de San Francisco. Estou aqui para facilitar as comunicação entre a empresa deles e a minha.
Sobre o idioma, no meu caso, não é problema. A maior dificuldade para mim é para falar, pois ouvir para mim é muito tranquilo.

O problema principal em um projeto sendo desenvolvido desta maneira é o fuso horário. San Francisco está há 6 horas do Brasil, ou seja, quando são 15h no Brasil, aqui são 9h. Ou seja, quando estou começando a trabalhar, já se passou 1 turno inteiro no Brasil e já está quase terminando o segundo. Isto vai melhorar a partir de sábado (quando termina o horário de verão), mas não ajuda muito.

Neste caso, o que tenho de fazer é basicamente tentar enviar todas as solicitações para o Brasil durante a tarde daqui para que, quando o pessoal do Brasil chegar no outro dia pela manhã, eles possam realizar minhas solicitações para que eu possa passar para o pessoal aqui durante a tarde do Brasil.
É muito difícil de gerenciar este negócio mas, se cada um fizer a sua parte, podemos até tirar vantagem disto porque, ao invés de trabalhar apenas 8 horas por dia, podemos trabalhar 11 horas. É só trabalhar direito que o projeto sai.

Agora, um fato interessante é como a empresa que contratamos aqui trabalha. Eles são altamente metódicos, com um bom gerenciamento do projeto e vêm para a empresa realmente para trabalhar. Eles trabalham muito, realizam as tarefas praticamente em dia e ficam muito decepcionados quando não conseguem cumprir uma tarefa.
É legal porque quando se vêm para cá se tem um outro clima de trabalho. Os caras praticamente estão mergulhados no projeto e tentam fazer o máximo para entregar tudo o que foi solicitado.

Agora, sem não tiver um suporte do time que está no Brasil, nada disto adianta. Por isto todos os pontos de um projeto tem de estar bem alinhados para que não haja nenhum problema de comunicação durante todo o andamento.

Postagens mais visitadas deste blog

Pensar primeiro em Mobile deixou de ser o futuro, é o presente

O legal de estar em um evento de desenvolvedores mobile é que tu acaba ouvindo coisas óbvias sobre comportamento de usuário que geralmente não nos demos conta. Desenvolvo aplicativos Web desde 1999. Em 1999 tínhamos a seguinte situação no Brasil: A tecnologia móvel estava no início da era digital, com as tecnologias GSM e CDMA Os aparelhos serviam basicamente para 3 coisas: fazer ligações, enviar mensagens SMS e jogar Snake. O Nokia 6160 e o Motorola Startak eram o topo de linha! A Internet (discada) custava em torno de 40 reais por um plano de 56Kbps (a ser pago ao provedor), além do custo da ligação pelo modem Yahoo! era o melhor buscador, copiando o modelo de catálogo que os usuários estavam acostumados desde o tempo das listas telefônicas Utilizávamos o ICQ e e-mail para comunicação, os arquivos eram armazenados localmente e usávamos computadores que não podiam ser carregados facilmente para todos os lugares. Sites de notícias tinham o mesmo modelo dos jornais: uma c

Notas de Leitura - Por que os Generalistas vencem em um mundo de Especialistas

No final do ano passado me deparei com uma sugestão no site da Amazon do livro "Por que os Generalistas vencem em um mundo de Especialistas", de David Epstein. Como o título me chamou a atenção, pois me considero muito mais uma pessoa Generalista do que um Especialista em si, resolvi lê-lo e coloco aqui minhas impressões. Basicamente o autor tenta mostrar que as pessoas podem ter sucesso das duas formas. Para isto ele cita os exemplos clássicos do esporte. Primeiro Tiger Woods, um golfista que foi treinado desde cedo pelo seu pai (dizem que começou a dar tacadas aos 2 anos de idade) e se tornou o golfista mais vencedor da história! Um treinamento dedicado durante toda a sua vida o levou a atingir o topo do esporte (ignorando os problemas da vida pessoal dele, claro)!  O segundo exemplo é do tenista Roger Federer. Federer começou tarde no tênis, primeiro experimentou vários outros esportes e, apenas as 14 anos, começou a treinar com mais dedicação. Inclusive Federer comenta qu

Buscando e retendo talentos sem o hype da tecnologia

Como engajar novos e atuais colaboradores da área de tecnologia se o negócio não requer tecnologias de ponta (Hype)? Esse é um dos grandes desafios de muitas empresas e vamos falar mais sobre ele. Aquecimento do mercado de trabalho de TI Com as mudanças geradas nos modelos de negócio do mundo todo, em quase todos os segmentos, muitas empresas voltaram seus olhos para a TI. Sejam lojas que precisaram  voltar a sua estratégia para o e-commerce (uma vez que os negócios físicos ficaram impedidos de abrir) ou mesmo indústrias que, em tempos de contenção, precisaram reduzir seus custos operacionais. Este tipo de movimento do mercado em busca de tecnologias também gera outro efeito colateral: o aquecimento de oportunidades e posições de profissionais de diversas áreas da Tecnologia da Informação (TI), às vezes os mesmos profissionais que foram dispensados na primeira semana de pandemia, onde não se sabia muito bem qual estratégia traçar.  Brotam de um lado recrutadores com vagas cheias de des