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Como se sentir um Dalit

Li um excelente artigo de Eunice Mendes, onde ela fala sobre "Os Dalits nossos de cada dia" (original aqui). Ela faz uma comparação entre a hierarquia de castas indiana, onde os dalits são considerados "pessoas impuras" e a cultura hierárquica do mundo ocidental.
Em um dos parágrafos, ela expressa exatamente quem seriam os "nossos dalits":
  • Um mendigo na rua
  • Uma criança pedindo esmolas
  • Pessoas vendendo mercadorias na sinaleira
  • Um gari limpando a rua
  • Um carteiro entregando cartas na chuva
Isto pode provar que as pessoas não são valorizadas pelo que elas são e, sim, pela sua "função social".
Ela continua, citando que durante o nosso trabalho, também estamos sujeitos a nos sentirmos como dalits quando:
  • um novo profissional exerce o mesmo cargo que o seu e entra na empresa ganhando o dobro do seu salário;
  • o diretor não o convida para o fim de semana na casa de praia, mas convida todo o resto do seu grupo;
  • aquele trainee trata você com arrogância e nem quer saber o que você pode lhe ensinar;
  • na reunião, o cliente só olha para os outros sócios e não presta atenção no que você diz;
  • você se sente um estranho no ninho em um determinado ambiente;
  • em uma roda social, você percebe que alguém faz uma ironia ou ignora a sua presença;
  • você é discriminado pela sua cor, posição social ou postura política.
Outra frase do artigo dela que eu concordo: "Ninguém quer ser invisível nem quer ser ignorado. A indiferença é para muitos uma espécie de morte moral."
Para corrigir isto, há uma única palavra: respeito!

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