O David Coimbra, editor de esportes de Zero Hora, publicou a coluna abaixo no caderno "Meu Filho". Achei interessante e reproduzo abaixo para os pais de primeira viagem:
Dias atrás, o Bernardo estava no meu colo e, olhando nos meus olhos, sorriu o primeiro sorriso da vida dele. Eu bobo:
- Aaaah, ele sorriu para mim...
Mas aí veio um gaiato e me disse que aquilo não era sorriso coisa nenhuma, que nenê com poucos dias não sorri, que era só uma contração facial. Um esgar. Um ricto.
Fiquei um pouco decepcionado. Estava tão contente por achar que o tinha deixado alegre...
Depois comentei com uma amiga que o Bernardo presta a maior atenção quando falo e que, muitas vezes, ele até para de chorar.
- Não é legal? - observei, todo orgulhoso.
Ela riu de desdém.
- Não é nada disso - falou - É que a voz masculina, qualquer voz masculina, por ser mais grave e mais baixa, acalma os nenês.
Mais uma desilusão. Não foi a última. Quando contei a alguém que o Bernardo me olhava com muita atenção, este alguém rebateu:
- Com esta idade, o nenê nem te enxerga. Ele vê só até uma distância de uns 20 centímetros, no máximo.
Exclamei o seguinte, o peito dolorido de revolta:
- Com mil wolfrembaers!
Finalmente, já meio acanhado, disse aqui na redação que o Bernardo se acalma muito no meu colo. Apertei-o junto ao peito e ele fica calminho e pára de chorar. Foi o que bastou para outra sacripanta me falar que não é nada disto, não é do colo do pai que ele gosta: é que, ao pressioná-lo de encontro a mim, a barriga dele fica quentinha e, se ele está com uma eventual cólica, a dor passa.
Em resumo: meu filho não sorri para mim, não me reconhece, não me vê, não sabe que sou eu quem está falando e, para ele, não faz a menor diferença estar no meu colo ou no do Wianey Carlet.
É isso. Ser pai é um exercício de humildade.
Dias atrás, o Bernardo estava no meu colo e, olhando nos meus olhos, sorriu o primeiro sorriso da vida dele. Eu bobo:
- Aaaah, ele sorriu para mim...
Mas aí veio um gaiato e me disse que aquilo não era sorriso coisa nenhuma, que nenê com poucos dias não sorri, que era só uma contração facial. Um esgar. Um ricto.
Fiquei um pouco decepcionado. Estava tão contente por achar que o tinha deixado alegre...
Depois comentei com uma amiga que o Bernardo presta a maior atenção quando falo e que, muitas vezes, ele até para de chorar.
- Não é legal? - observei, todo orgulhoso.
Ela riu de desdém.
- Não é nada disso - falou - É que a voz masculina, qualquer voz masculina, por ser mais grave e mais baixa, acalma os nenês.
Mais uma desilusão. Não foi a última. Quando contei a alguém que o Bernardo me olhava com muita atenção, este alguém rebateu:
- Com esta idade, o nenê nem te enxerga. Ele vê só até uma distância de uns 20 centímetros, no máximo.
Exclamei o seguinte, o peito dolorido de revolta:
- Com mil wolfrembaers!
Finalmente, já meio acanhado, disse aqui na redação que o Bernardo se acalma muito no meu colo. Apertei-o junto ao peito e ele fica calminho e pára de chorar. Foi o que bastou para outra sacripanta me falar que não é nada disto, não é do colo do pai que ele gosta: é que, ao pressioná-lo de encontro a mim, a barriga dele fica quentinha e, se ele está com uma eventual cólica, a dor passa.
Em resumo: meu filho não sorri para mim, não me reconhece, não me vê, não sabe que sou eu quem está falando e, para ele, não faz a menor diferença estar no meu colo ou no do Wianey Carlet.
É isso. Ser pai é um exercício de humildade.